O tema era a Reforma agrária, se era ou não importante para o nosso País.
Dois lados se dividiram em defender dois pensamentos, cabe lembrar que não significava se era o que eles pensavam ou não.
Um grupo de alunos convidou um integrante do MST (movimento sem terra) o Sr. João Leite e o outro me convidaram, Deputado Presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da ALMG (Assembléia legislativa de Minas Gerais). Confesso que não sabia direito como seria o processo, era apenas participar de um simulado de júri na escola.
A discutição entre os alunos ficou muito acirrada, uns defendendo o movimento e o outro tentando dizer que o movimento é um erro neste momento para o nosso país, pois, o país está em desenvolvimento e é necessário ter cautela para fazer a reforma.
Um grupo mostrou a reportagem em que o movimento destruiu a plantação de laranja no interior de São Paulo, e o Sr. João Leite disse que foram apenas uns 500 pés e não significavam nada e na verdade foram mais de 5 mil pés de laranja derrubado com alegação de plantar feijão.
Ele foi instigado por um grupo a responder a ação desraigada do movimento e o outro grupo pedia que ele confirmasse a importância do movimento.
O outro grupo mostrou a gravação de áudio de um Deputado dizendo que era contra a reforma agrária, pois, era necessário primeiro o nosso país fazer a reforma agrícola e depois à outra reforma.
Fui chamado também e fiz uma exposição rápida da Comissão e fui instigado pelos grupos a dizer a respeito do porque era contra a reforma agrária.
Tentei mostrar que a forma que o movimento trabalha hoje, não se faz justiça social. O modelo de reforma em que esse grupo trabalha, é na verdade um erro, o grupo não coloca de volta no campo o verdadeiro homem do campo, que tem aptidão para a terra, mas, ínsita um grupo de pessoas a acreditarem que estão fazendo justiça com as próprias mãos, porque o poder público não esta fazendo o que deveria fazer.
Depois de mais de 2 horas de discução veio o veredicto, o júri decidiu a uma votação de onze a zero a favor do MST, foi uma grande decepção para os alunos que me convidaram e para mim também.
A coordenadora me justificou que o pessoal analisou a desenvoltura dos alunos e não o tema em si.
As pessoas e os alunos ficaram meios confusos a respeito da reforma agrícola, pois, nem todos sabiam o que significava.
Tudo isso me fez repensar sobre o assunto, não consegui dormir a noite, levantei de madrugada para escrever sobre o assunto.
O que de fato é Justiça Social, o que é reforma agrária, o que é reforma agrícola, qual o intuito do MST, qual era o objetivo da escola ter promovido um debate com esse tema.
O integrante do movimento me disse que é de um assentamento em Governador Valadares, e que estaria em Belo Horizonte até Janeiro participando de um trabalho do movimento.
Isso me fez meditar, se o objetivo é assentar o homem no campo, o que ele estava fazendo aqui e com que dinheiro? Quem esta patrocinando isso? Porque ele não esta produzindo alimento, já que ele disse que o alimento que vai à nossa mesa vem do trabalho deles.
Cadê a coerência nisso tudo!
Os dados recentes do IBGE mostram a grande incoerência no que diz respeito ao discurso deles dizendo que, o agronegócio brasileiro, deveria ser gerido apenas pela agricultura familiar.
Esses movimentos sociais não conseguem enxergar que, para o desenvolvimento do nosso país, é necessário fomentar a agricultura num todo, seja ela, familiar, de pequeno, médio ou grande porte.
É necessário aplicar o zoneamento agrícola, dar condições ao homem do campo para que ele tenha renda, subsidiar os implementos agrícolas para ter competitividade na venda de seus produtos, já que alguns países detêm o monopólio de alguns implementos agrícola e subsidiam seus produtores.
Quem cala consente, e não posso mais me calar. A CPI do MST foi levantada devido ao descaso do governo Federal fechar os olhos para quilo que ele tinha como um braço na bandeira da justiça social e hoje é um problema difícil de conter e resolver.
A que devemos o desenvolvimento do nosso País? Recentemente uma revista importante de circulação internacional, falou do desenvolvimento do Brasil, e isso se deu a dois fatores, primeiro, a criação do plano real e depois a sorte do presidente Lula em dar continuidade ao governo FHC.
Isso mostra grande incoerência nos discursos, mas, o importante foi o resultado alcançado.
O Brasil é um país com grande potencial de desenvolvimento, e desenvolvimento sustentável.
Temos que discutir sim, porém, chegar a um denominador comum, aonde de fato, venhamos ter a verdadeira JUSTIÇA SOCIAL.